quarta-feira, 28 de julho de 2010

Clandestino

Ando
pensando
em moscas.
Em desconstrução.
Em algo que um bêbado saberia melhor.
O mundo não me deu suas cadeiras.
Mas carrego sua carga.
Sua lucidez não me aprova.
Não quis bater palmas.
Não quero seu açúcar,
Não quero sua lambida,
Sua lombriga hereditária.
Sua ode que nina bibliotecas de nomes que não me conhecem.
E se me conhecerem não saberão nada de mim, pois não sou todo letra.
Não vivo as frases de pés calçados.
Não elitizo vocabulários criando reinos paralelos.
Me cansam esses homens que escrevem e escrevem...
E a rua continua cheia de palavras abreviadas.
E tudo continua nada, e discursam em lindas salas, filosofias do talvez.

8 comentários:

  1. A poesia não se esgota, fosse assim não nasceriam novos poetas. Continue escrevendo, mais cedo ou mais tarde, algumas necessidades surgirão, e como não se considera poeta, também não tem preocupações estéticas que mais cedo os mais tarde lhe afligirão. O verbo não se esgota, mas o seu desenho na folha por vezes cansa, e ai será preciso uma nova palavra, aquela que lhe cause incômodo. Poesia não é conforto. E ás veze dor.

    Grande
    abraço

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  2. Uma das coisas boas de ser poeta
    é exatamente essa liberdade...
    Adorei :"E se me conhecerem não saberão nada de mim, pois não sou todo letra.
    Não vivo as frases de pés calçados."
    Te espero nos meus espaços.
    Bjins entre sonhos e delírios

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  3. "o mundo não me deu suas cadeiras mas carrego suas cargas..."
    Isso é tão profundo e fascinante... nem sei o que dizer...

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  4. MARAVILHOSO!!!!

    Meu poeta! Te admiro demais! Te aplaudo sempre!

    Beijos!!!

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  5. Também adorei conhecer seu cantinho...
    Inspirador, reflexivo...

    Adorei, estarei sempre a caminhar por aqui...
    E espero que apareça mais vezes pelos meus ares também

    Beijos na Alma...

    >>>Dani

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  6. Grata pela visita ao Significantes!
    Seja muito-bem-vindo por lá...!

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  7. Olá Rodrigo, apreciei muito seu comentário no Universo da Leitura. Se me permite, estou colocando lá, em "De passagem", esse pedacinho de vc: "E a rua continua cheia de palavras abreviadas.
    E tudo continua nada, e discursam em lindas salas, filosofias do talvez."
    Caso não queira se citado, me avise que deleto, embora seja uma grande perda aos que lá aportam. Beijo grande

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  8. adorei seus poemas, suas teses e suas ideias... sua seguidora isa bj grande

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