domingo, 28 de março de 2010

O tempo

Aceitar a idade, aceitar a metade, aceitar...
Pausar os passos, não querer olhar para dentro.
Estar com o mesmo aperto de mão.
E o mesmo cinismo preservado.
Aceitar as horas, não buscar adjetivo no caos.
Comprar a mesma comida, o mesmo remédio.
Caminhar na praça e sentir uma outra voz.
Alguns delírios sempre me salvam.
Não guerrear contra os gigantes, chega um momento
que eles se tornam mais amigos do que inimigos.
Amar a mulher que nunca vi, aceitar com carinho a insônia.
Relembrar diálogos que nunca tive.
Vestir a monotonia de analogias.
Estar calado, inconsciente, eterno
em meus rascunhos prediletos.
A paixão não dada, o grito disfarçado nesta pequena elegia.

8 comentários:

  1. Vim conhecer seu blog e gostei muito do que você escreve, também! Ficamos em contato!

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  2. AI, ai, ai,ai......

    Cê não acha que é mulher demais admirando suas poesias, não? Se pelo menos dissesse que EU sou sua MUSA INSPIRADORA, aí ficaria mais serena...e confiaria mais em vc. Já te falei que sou ciumentérrrrrima.... BJS!!!!

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  3. Belíssimo blog, Rodrigo!
    Estarei sempre por aqui, grande abraço!

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  4. oi vim conhecer seu blog e confesso que amei cada pedaço que li por alto ame sim com intensidade beijos

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  5. Rodrigo, obrigada pela tua visita! Teu blog é uma delícia e está dentro da minha concepção de poeta. Manda ver e assuma vc é bom!
    Sobre o Tempo, tenho dois poemas:

    O Tempo e o Templo
    http://psicoterapiaepoesia.blogspot.com/2009/10/o-tempo-e-o-templo.html

    Tempo, Tempo, Tempo...
    Passado, Presente, Futuro...
    Tempo, Tem pó. Pó de poeira. Pó de ouro. Pó de Pirlimpimpim.
    Tempo: Templo.

    Tempo: Tem pó. Pó de poeira.
    Poeira do passado,
    Templo de Terra: Tecido
    entrelaçado, guardado ou deixado de lado,
    corpo marcado
    de ter sido
    enraizado, mesclado ou abandonado.
    Sentido lembrado de ser: Eu fui. O Velho.
    Tempo do lento Gestar, Confiar, Entregar.
    Meu Paraíso Perdido.


    Tempo: Tem pó. Pó de ouro.
    Abençoado Presente.
    Templo de Água e Fogo: Pele
    que sente,
    o gelado e o quente,
    a delicadeza e a braveza, o fluente e o veemente,
    o que penetra e o impenetrável.
    Sentido imediato de ser: Eu Sou. O Velho e O Novo.
    Tempo do lento Cozinhar, Harmonizar, Integrar.
    Meu Sangue Vinho Tinto.


    Tempo: Tem pó. Pó de Pirlimpimpim.
    Viagem ao Futuro.
    Templo de Ar: Visão
    aguçada imaginação,
    movimento e libertação
    do espírito, a Criação.
    Sem convenção. Sem contenção.
    Sentido desejado de ser: Eu Serei. O Novo.
    Tempo do lento Sonhar, Escutar, Esperar.
    Meu Céu Infinito.


    Tempo, Tempo, Tempo...
    Presente, Futuro, Passado...
    O Tempo: a referência Humana.
    O Templo: a referência Divina.

    Fernanda Barros de Matos
    Do Livro “Danças do Cotidiano”

    e
    Labirinto da Vida
    http://psicoterapiaepoesia.blogspot.com/2009/11/labirinto-da-vida.html

    O Tempo não existe.
    O Vazio. O Tudo.
    Estou parada dentro
    do Labirinto da Vida.
    Eu olho: Existo, existem
    muitos caminhos, muitas pessoas, muitas histórias...

    O Tempo existe.
    O Ritmo. A música.
    Meus pés se movimentam e seguem
    no Labirinto da Vida.
    Eu danço: Entro, entre
    os caminhos, as pessoas, as histórias...

    O Tempo muda.
    O Vento. A Onda.
    Meu coração bate diferente
    no Labirinto da Vida.
    Eu paro: Troco, toco
    um caminho, uma pessoa, uma história...

    O Tempo corre.
    O Tambor. O Trampoo.
    Meus pés cuidam para não cair
    no Labirinto da Vida.
    Eu não paro: Inspiro e Expiro
    noutros caminhos, noutras pessoas, noutras histórias...

    O Tempo descansa.
    A "Almofada". O "Xale".
    Meu coração se acalma
    no Labirinto da Vida.
    Eu deito: Entrego, espero
    outro caminho, outra pessoa, outra história...

    O Tempo vai.
    O Rio. O Pio.
    Meus pés dançam sem pensar
    no Labirinto da Vida.
    Eu canto: Alegre, alegro
    mais caminhos, mais pessoas, mais histórias...

    O Tempo volta.
    O Dia. A Noite.
    Meu coração cadencia
    o Labirinto da Vida.
    Eu saúdo: Encontro e reencontro
    caminhos, pessoas, histórias...

    O Tempo não existe.
    A Dor. O Amor.
    Estou presente
    no Labirinto da Minha Vida.
    Eu amo: Vivo e revivo
    meus caminhos, minhas pessoas, minhas histórias...

    Fernanda Barros de Matos
    Do Livro “Danças do Cotidiano”

    Beijos, prazer em te conhecer!

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  6. Você consegue transmitir muita emoção em suas palavras e ler você me faz muito bem.

    Beijos.

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  7. Uai, Rô!!!

    Cê parou de postar seus belos poemas?

    Tô com saudades...

    BJS!!!!

    Vê se aparece nos meus cenários virtuais...

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  8. a poesia pode trasformar o tempo, o cheiro, a memória, as pupilas... e dilatar as veias das palavras voltando o tempo ao inicio...
    para ler denovo e de+novo...
    Abraço.
    Priscila Lima.
    gostei do seu espaço.

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