Essa vontade atravessada.
Esse querer que persegue o dia esquecido na janela.
Sou só repetição, não quero nada de eterno.
Toda essa razão, um monte delas, e tudo que mais quero é uma mentira.
Uma mão vadia, um calor que não me fale de endereços.
Que não fale de livros, de cálculos, gleba estrangeira e de fulanos monumentos.
É o fácil, é o corpo esparramado em sua órbita natural, sua busca virgem.
A exatidão é uma falácia e eu quero falar de despudores na mesa.
Cansa o que eu sei e o que eu não sei. E o resto é um vestíbulo bonito.
Hoje, sem dinheiro, sem TV, sem máximas, eu preciso de uma mentira.
Uma intrepidez de reflexos que me intercale entre o ócio e a volúpia.
Quero todos os hiatos, todos os pesos dos segundos em agridoces arritmias.
Hoje e dentro sempre dentro eu não quero esperar afetos homéricos.
E um bom dia pela manhã com recalques de ideias que pleiteiem meus outros versos.
Preciso de uma mentira, não, não todas as mentiras e o dever final de um curto adeus.
E depois, não me importo com o depois. Quem um dia me dirá a verdade?
A verdade é uma atriz que não se olha no espelho.
Está lá congênita e esparsa com todos seus precipícios de endemias sociáveis.
É uma mentira, uma simples mentira que cobiço nesta hora.
Desculpe se quer uma mentira.... pq vou deixar aqui uma verdade escancarada... 1 por mês... mas cada mês vale mais a pena!!!!
ResponderExcluira sua mentira é dizer-se santo
ResponderExcluirem versos densos de fúria
enlouquecidos de ódio
encontro o abismo num lago raso
afogada esperança
de que um dia a lágrima nos salve
se a vida é mesmo líquida
que todos os sentimentos confusos
nos transbordem num néctar de anis...
***
Bravo, poeta! Belo como sempre, intenso como nunca...
Beijos!
Lu
A mentira tem seu valor no momento certo. Fuga? Talvez, mas necessária...
ResponderExcluirUm grande bj querido amigo
Forte,intenso...
ResponderExcluirUm gritoooooooo!
Beijos!
Ana
Interessante a ligação entre o que vc escreveu e o que sugeri em meu último post "Poema para lábios ressecados"... esses ecos me arrepiam a pele...
ResponderExcluirBeijinho cúmplice,poeta áspero!
muito lindo, como tudo o que você escreve. enigmático e profundo. cada palavra vem carregada de sentimento.
ResponderExcluir:)
=*********
Parece que todos concordam num ponto: a intensidade do poeta. É de deixar o leitor estupefato por uns momentos antes de reagir, de se identificar ou rejeitar o que tem à frente.
ResponderExcluirA sacudida poética de Rodrigo Passos em cada um de nós só não suscita um tipo de reação: a indiferença.
Provoca, Rodrigo, que seus leitores gostam disso!
Bjs.
Grande eloquência, mas não a eloquência de discurso de político. Reparo o bom uso das palavras: com sentimento, com verdade, com garra e sentido de cada uma. Belos versos!
ResponderExcluirMenti pra mim e me ajuda a viver...
ResponderExcluirbjs Insana
Essa é pra quem puder conferir ao vivo: Rodrigo Passos faz parte da Off Flip 2011.
ResponderExcluirCONVERSA DE BOTEQUIM no ZARATUSTRA BAR
Rua do Comércio, 308, Centro Histórico, Paraty.
Sábado, 9 de julho às 19h30 – Sarau da Off com Célia Flud, Leandro Leite Leocadio, Letícia Simões, Liane dos Santos, Lilian Gattaz, Marina Gouveia, May Parreira, Peter Lima, Rodrigo Passos, Sílvio Tuppan (mediação de Flávio de Araújo.
↓
ResponderExcluirSegui teus Passos e encontei Rodrigo!
Beleza de texto!
VERDADE!
:o)
http://6vqcoisa.blogspot.com
Muito bom Rodrigo, e isso é verdade!
ResponderExcluirA mentira também inspira, isso me lembra uma crônica que fiz, chamada 'A arte de mentir", http://umalendapessoal.blogspot.com/2010/07/arte-de-mentir.html
No mais
Belas palavras, meu caro!
Parabéns!!
Não me decido: Por vezes quero mentiras, ... mentiras novas. Noutras, quero verdades, feias e ásperas...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRodrigo
ResponderExcluirComo vai, tudo bem?
Esse texto tem um estilo tão particular que talvez se eu encontrasse o que escreve por aí, sem nome, logo o reconheceria nas entrelinhas, na linguagem metafórica e nesse seu jeito de falar o que lhe vai no peito, como se estivesse arrancanco tudo, com veias pulsando, um coração batendo fora do peito, na mão do poeta, na mão de quem põe os olhos nos seus versos...
Mentira?
Como duvidar dos vocábulos que têm vida própria? Que revelam o eu lírico do poeta, deixando-o numa vitrine?
Bjs
com carinho
Olá Rodrigo!
ResponderExcluirSinto-me em casa quando leio vc- um tipo de recíproca gostosa. vai entender.. rs
Desejo a vc um ótimo fds!
Nos encontramos no Alma!
Este comentário foi removido pelo autor.
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