sexta-feira, 19 de março de 2010

Espelho

Se faltar amor.
Tire dos meus outros
rostos.
Ter que caminhar, aceitar o que deixaram.
Estar ereto e participar da fome que não é minha.
Muitos dizem que é viver. Mas não é!
Minhas letras já carregam algumas rugas.
Quantos corpos deitaram com o mesmo sonho.
Enfeitaram casa, fizeram jardim.
E deixavam um pretérito.
Não sei dizer amor, mas me distraio
com alguns sorrisos.
Com as 4 pessoas que me esperam.
E com minha anarquia.
Sei conversa com velhos vícios.
Tenho as mãos seladas.
E certa inclinação para coisas invisíveis.
Sempre prossigo, tenho livros.
Tenho escolhas, planto flores no asfalto.
Sei o segredo sensorial de cada ponto final.
Me divirto com as reticências.

2 comentários:

  1. TAMBÉM PREFIRO AS RETICÊNCIAS... Aliás, sempre as preferi; são mais encantadoras,carregadas de magia, surpresas,um pensamento que se prolonga para além de si mesmo...a busca, a eterna busca por não se sabe o quê...quer dizer, sabe-se, mas o medo não deixa...

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  2. Arrazou!!!adorei cada palavra lida.

    Agradeço tua visita no Felina e fica o convite para voltares.


    Um beijo carinhoso.

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