Beije-me, mas sem milagres.
Fale-me, mas sem imagens.
São poucas coisas que nos concernem e por isso são indeléveis.
Sussurre em nossa gula, criemos uma melodia partida.
É da sua fadiga que me ama aos toques e com sua guarida o êxtase último.
Ponha-me dentro de sua voz, repita o querer dos nós.
Da infidelidade dialética sairemos salvos em nossas contradições.
Subverta-me sem parcimônia acalme meus pesadelos com seus laços.
Deixemos a perfeição caótica para aqueles que nos despem sem tocar.
Ontem desacreditei, hoje subjugo cada gota do meu suor em sua fronte.
Beije-me rosa e não aceite a morte de suas pétalas.
Beije-me que amanhã saberei dizer o que fiz da vida além retórica.
Abre-me rosa a sua vírgula que vencido, saberei o que é eterno.
Um Pouco de Mim
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
Madrugada
Como começar um poema.
Quando não há escarro na garganta.
Fome no estomago e o vermelho do impróprio.
A calma das palavras são para os fracos, os pedintes dos telhados.
Como começar um poema.
Livros de poetas, mediocridades, um tênis novo e uma pausa para alguém.
As canções de minha vida e casas que evidenciam a cumplicidade com o presente.
Falei algumas verdades e todos a ouviram e onde estou agora, como estou agora.
Preso e repleto de coisas que não compreendo, junto a uma imagem sem ausência.
Respiro minhas preferências, respiro meu hálito, respiro todos que me amaram.
Como começar um poema.
Meu filho foi embora, eu não disse o porquê ele foi embora.
Tenho dívidas e há muito quero me entregar a elas, poeira lúcida que não me advoga.
Tenho ouvido o que falo, é estranho o som que traz minha voz, algo altruísta e aprovado.
Aprovado para os rostos, para o salário, para beleza presumida em candeias de dogmas.
Olho o que tenho, tenho a trégua do poeta de ter a dor caligrafada na matéria fria, anedota que me visita.
Talvez a madrugada acorde ou talvez ela nunca acorde.
Distante dos meus braços peço algo que não é letra, mas é letra que vivo.
Letra e distância, letra e juízo, letra e desejo, letra e enigma.
Como começar um poema.
Quando as coisas corretas jamais serão tão sedutoras quanto as dúvidas que tenho.
Quando não há escarro na garganta.
Fome no estomago e o vermelho do impróprio.
A calma das palavras são para os fracos, os pedintes dos telhados.
Como começar um poema.
Livros de poetas, mediocridades, um tênis novo e uma pausa para alguém.
As canções de minha vida e casas que evidenciam a cumplicidade com o presente.
Falei algumas verdades e todos a ouviram e onde estou agora, como estou agora.
Preso e repleto de coisas que não compreendo, junto a uma imagem sem ausência.
Respiro minhas preferências, respiro meu hálito, respiro todos que me amaram.
Como começar um poema.
Meu filho foi embora, eu não disse o porquê ele foi embora.
Tenho dívidas e há muito quero me entregar a elas, poeira lúcida que não me advoga.
Tenho ouvido o que falo, é estranho o som que traz minha voz, algo altruísta e aprovado.
Aprovado para os rostos, para o salário, para beleza presumida em candeias de dogmas.
Olho o que tenho, tenho a trégua do poeta de ter a dor caligrafada na matéria fria, anedota que me visita.
Talvez a madrugada acorde ou talvez ela nunca acorde.
Distante dos meus braços peço algo que não é letra, mas é letra que vivo.
Letra e distância, letra e juízo, letra e desejo, letra e enigma.
Como começar um poema.
Quando as coisas corretas jamais serão tão sedutoras quanto as dúvidas que tenho.
sábado, 16 de julho de 2011
Poema para a mulher que dorme
São tantas coisas.
Toque, apelo, um pouco de medo ao levantar.
São tantas coisas.
A mudança, o dia que toca a pele que me abraça.
Cheiros de rumos, pisadas avisadas, suspiros no abdômen.
Deitada, tão infinita em minha descrença.
Calor ufano em curvas heterogêneas.
Ela e o silêncio que me ajunta a versos que me estupram.
Onde termina sua parte...
Idiossincrasia alegórica, quantas gotas pingaram sobre minha escura luz.
Antes do poeta tentei ser minha mãe, meu pai, meu irmão.
Tentei de várias formas esperar que o ritmo da morte me entorpeça.
Não fui.
Não sou.
Não serei feliz. Sou poema.
Sendo assim NUNCA serei puro e é este NUNCA que me liberta
Toque, apelo, um pouco de medo ao levantar.
São tantas coisas.
A mudança, o dia que toca a pele que me abraça.
Cheiros de rumos, pisadas avisadas, suspiros no abdômen.
Deitada, tão infinita em minha descrença.
Calor ufano em curvas heterogêneas.
Ela e o silêncio que me ajunta a versos que me estupram.
Onde termina sua parte...
Idiossincrasia alegórica, quantas gotas pingaram sobre minha escura luz.
Antes do poeta tentei ser minha mãe, meu pai, meu irmão.
Tentei de várias formas esperar que o ritmo da morte me entorpeça.
Não fui.
Não sou.
Não serei feliz. Sou poema.
Sendo assim NUNCA serei puro e é este NUNCA que me liberta
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Uma mentira
Essa vontade atravessada.
Esse querer que persegue o dia esquecido na janela.
Sou só repetição, não quero nada de eterno.
Toda essa razão, um monte delas, e tudo que mais quero é uma mentira.
Uma mão vadia, um calor que não me fale de endereços.
Que não fale de livros, de cálculos, gleba estrangeira e de fulanos monumentos.
É o fácil, é o corpo esparramado em sua órbita natural, sua busca virgem.
A exatidão é uma falácia e eu quero falar de despudores na mesa.
Cansa o que eu sei e o que eu não sei. E o resto é um vestíbulo bonito.
Hoje, sem dinheiro, sem TV, sem máximas, eu preciso de uma mentira.
Uma intrepidez de reflexos que me intercale entre o ócio e a volúpia.
Quero todos os hiatos, todos os pesos dos segundos em agridoces arritmias.
Hoje e dentro sempre dentro eu não quero esperar afetos homéricos.
E um bom dia pela manhã com recalques de ideias que pleiteiem meus outros versos.
Preciso de uma mentira, não, não todas as mentiras e o dever final de um curto adeus.
E depois, não me importo com o depois. Quem um dia me dirá a verdade?
A verdade é uma atriz que não se olha no espelho.
Está lá congênita e esparsa com todos seus precipícios de endemias sociáveis.
É uma mentira, uma simples mentira que cobiço nesta hora.
Esse querer que persegue o dia esquecido na janela.
Sou só repetição, não quero nada de eterno.
Toda essa razão, um monte delas, e tudo que mais quero é uma mentira.
Uma mão vadia, um calor que não me fale de endereços.
Que não fale de livros, de cálculos, gleba estrangeira e de fulanos monumentos.
É o fácil, é o corpo esparramado em sua órbita natural, sua busca virgem.
A exatidão é uma falácia e eu quero falar de despudores na mesa.
Cansa o que eu sei e o que eu não sei. E o resto é um vestíbulo bonito.
Hoje, sem dinheiro, sem TV, sem máximas, eu preciso de uma mentira.
Uma intrepidez de reflexos que me intercale entre o ócio e a volúpia.
Quero todos os hiatos, todos os pesos dos segundos em agridoces arritmias.
Hoje e dentro sempre dentro eu não quero esperar afetos homéricos.
E um bom dia pela manhã com recalques de ideias que pleiteiem meus outros versos.
Preciso de uma mentira, não, não todas as mentiras e o dever final de um curto adeus.
E depois, não me importo com o depois. Quem um dia me dirá a verdade?
A verdade é uma atriz que não se olha no espelho.
Está lá congênita e esparsa com todos seus precipícios de endemias sociáveis.
É uma mentira, uma simples mentira que cobiço nesta hora.
terça-feira, 7 de junho de 2011
2h da manhã
Tenho tanta coisa pra falar.
Será que fiz a pergunta certa?
À noite já não me ama e suas letras não me reúnem.
Minha mãe dorme e nenhuma palavra parece apreciar minha presença.
Me findo na geometria dos objetos em busca de uma síntese que me aceite.
Estou Só!
Será que fiz a pergunta certa?
À noite já não me ama e suas letras não me reúnem.
Minha mãe dorme e nenhuma palavra parece apreciar minha presença.
Me findo na geometria dos objetos em busca de uma síntese que me aceite.
Estou Só!
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Encontro
Eu ainda posso.
Ame-me que deixo.
Eu era homem que não sabia.
Escrever era meu jeito de dizer que não sabia.
Escrever para ser tocado. É Rodrigo!
Um corpo em branco e um covarde a escrever.
Quantas vezes morreu dizendo sim.
E tudo era tão fácil, mas para você não era Rodrigo.
E mais uma xícara de café, a minha confidente era uma xícara de café.
Mas ela está te esperando, não olhe o relógio, suas roupas de poucos instintos.
Suas letras longas, sua monografia, sua boca trêmula e saudades equivocadas.
Tente amar o ortodoxo. Aceite o prosaico, os outros dentes que mastigam a fome.
Este é o amor Rodrigo, o amor sem gramática, nem tudo é solilóquio.
Você sempre foi distraído, o que passou e todos disseram adeus.
Aprume suas espinhas, certos deleites não cabem ao homem sucursal.
A solidão é sua maior pureza, não esconda esta bandeira
quando os muros resolverem te dar a mão.
Vai Rodrigo, ela gosta de você, ela tomou seu desjejum, viveu até agora.
Não pergunte aos anjos que caíram o porquê das coisas.
Elas são humanas, tem as suas umidades, sua toxina particular.
Vai Rodrigo e deixe a poesia descansar atrás da lua.
Ame-me que deixo.
Eu era homem que não sabia.
Escrever era meu jeito de dizer que não sabia.
Escrever para ser tocado. É Rodrigo!
Um corpo em branco e um covarde a escrever.
Quantas vezes morreu dizendo sim.
E tudo era tão fácil, mas para você não era Rodrigo.
E mais uma xícara de café, a minha confidente era uma xícara de café.
Mas ela está te esperando, não olhe o relógio, suas roupas de poucos instintos.
Suas letras longas, sua monografia, sua boca trêmula e saudades equivocadas.
Tente amar o ortodoxo. Aceite o prosaico, os outros dentes que mastigam a fome.
Este é o amor Rodrigo, o amor sem gramática, nem tudo é solilóquio.
Você sempre foi distraído, o que passou e todos disseram adeus.
Aprume suas espinhas, certos deleites não cabem ao homem sucursal.
A solidão é sua maior pureza, não esconda esta bandeira
quando os muros resolverem te dar a mão.
Vai Rodrigo, ela gosta de você, ela tomou seu desjejum, viveu até agora.
Não pergunte aos anjos que caíram o porquê das coisas.
Elas são humanas, tem as suas umidades, sua toxina particular.
Vai Rodrigo e deixe a poesia descansar atrás da lua.
sábado, 16 de abril de 2011
Um dia eu fui....
Meu amor é não.
Meu amor é também vaga-lume.
Sapo preguiçoso que gosta do beijo da moça.
Meu amor é também som, som de metades terceirizadas.
Penhor de pequenos subtítulos, o eterno perguntador.
Que gosta de doce, que gosta de rua.
Vira lata que nunca entende seus hábitos de homem,
quando o mundo é claro, quando a luz torna tudo tão finito.
E o belo se perde por uma simples questão de estar perto.
Perto de tudo que não se entende de olhos abertos.
Meu amor é apenas um amor só.
Meu amor é também vaga-lume.
Sapo preguiçoso que gosta do beijo da moça.
Meu amor é também som, som de metades terceirizadas.
Penhor de pequenos subtítulos, o eterno perguntador.
Que gosta de doce, que gosta de rua.
Vira lata que nunca entende seus hábitos de homem,
quando o mundo é claro, quando a luz torna tudo tão finito.
E o belo se perde por uma simples questão de estar perto.
Perto de tudo que não se entende de olhos abertos.
Meu amor é apenas um amor só.
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